domingo, 7 de novembro de 2010

É o que tem pra hoje...

Eu estou ouvindo uma música tão linda agora, que me submete, irremediavelmente, a um conforto absurdo de falar sobre você. Tudo bem que essa paz de espírito tem me consumido já a bastante tempo, mas ela chegou no ápice exatamente nesse momento. Nessa hora em que eu me sinto a vontade pra dizer o quanto você me feliz, embora eu não ache que seja preciso te dizer, sei que ficou implícito em cada risada que dei com você, durante esses anos todos. Não, não tenho que falar o quanto você trouxe felicidade para a minha vida. É claro que você sabe de tudo isso. Mas eu quero. Quero falar de você, de nós dois. Já que esse nós foi o que inundou os meus pensamentos duranto tanto tempo. É que depois de um tempo, como o que já passou, é muito fácil perdoar e até esquecer dos erros e das coisas que não fizeram bem. E eu precisava dessa distancia para ter a clareza que tenho agora com relação ao que aconteceu com a gente... ou o que não aconteceu. Eu entendo o que senti, talvez o que você sentiu e sei que foi melhor assim. Se tivesse havido uma conversa teríamos nos magoado ainda mais. Eu teria me magoado mais. E hoje eu posso te dizer que ver você fora da minha vida foi uma das coisas mais difíceis que me aconteceu. Não foi uma atitude inconsequente ou impensada. Eu só não podia mais suportar aquele joguinho que nós criamos.
A finalidade era viver com você algo de verdade. E eu juro que me doeu demais abrir mão daquilo que eu mais queria. Porque foi lindo tudo o que aconteceu e eu não aceitaria que fosse menos. Éramos incríveis com toda a nossa história, nossas particularidades, coisas boas. Mas eu cansei, e sei que você também cansou. Cansei de perdoar teus erros, de tentar adivinhar pensamentos, sentimentos. Cansei de fingir ser uma mulher desprendida para me encaixar no teu perfil, de medir os nossos amores e sempre ver que era unilateral, sempre. Mas eu acho que foi de verdade em algum momento, mesmo no teu jeito estranho de gostar. E acho, também, que você não conseguiu entender que tudo, absolutamente tudo, que eu fiz foi porque eu te amava. E amava muito. Você nem tem a noção certa do estrago que me fez quando não me falou dos teus sentimentos, quando fingiu não saber que a tua indiferença me perturbava muito mais que uma dor de cabeça crônica, quando não me tratou com o respeito que eu merecia pela companheira que eu era, ou quando fingia não perceber o quanto eu ficava mal com o que estava acontecendo.

Mas passou.

É estranho olhar pra mim, agora, e perceber que eu me enganei no tamanho da precisão que achava que tinha de você. Sendo que agora que eu não te tenho mais aqui eu me sinto mais inteira do que nunca. Gosto do que me tornei depois de tudo aquilo. Menos sentimentalista, mais desprendida. Gosto mais de mim.
Sinto falta, apenas, de um amor que eu sei que qualquer dia desses vai entrar na minha vida, e dos sonhos que eu também sei que ressurgirão aqui dentro. E nem quero fantasiar muito, acho nem sou mais assim. Porque eu tenho preferido viver um dia de cada vez, tudo no meu tempo. Acreditando que tudo tem um propósito, até mesmo eu estar aqui, escrevendo pra você...


Ao som de: Vanessa da Matta -Música

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