sábado, 17 de abril de 2010

"O bom encontro é de dois"

(...) Por mais que a gente queira, deseje, ame, pra que seja de verdade é preciso que o outro também venha...

É dar os nossos passos que nos cabem e esperar que o outro dê os passos que lhe cabem, em retorno. É fazer a nossa parte e esperar que a outra pessoa faça a parte dela, de volta. Mas nem sempre é assim...

Mas é que a gente sofre quando tem as expectativas devastadas... todo mundo sofre. Acho que o mais difícil é assumir nosso sofrimento com dignidade e reaprender a continuar da melhor forma que puder. Sem se desrespeitar, se humilhar ou perder o amor próprio... sei lá.

(...)

Moral da história? Nenhuma. O mundo gira, as coisas se transformam. Mas uma história de amor só é uma história de amor se for ao mesmo tempo para as duas pessoas. Ninguém pode viver o amor da sua vida sozinho. Nem se contiver todos os sentimentos do planeta em si mesmo. Ninguém.



(Li isso em outro blog e achei ótimo)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

23:23: não é você quem pensa em mim

Mas era você quem eu queria pensando em mim, era você, sempre foi, quem eu queria que tocasse em mim. É engraçado como coisas ou pessoas, aos poucos, ou rapidamente, vão tomando conta da vida da gente. Do nosso pensamento, da vida, do eu. Ao ponto de você, de repente, sequer se reconhecer. E a vida dá tantas voltas, e ela leva e trás tanta gente. E junto com essa gente volta alegria, volta mágoa. E junto com essa gente, sempre volta você. Pra me fazer bem, pra me fazer mal, não sei. Mas sempre você, você que me faz rir, gargalhar.Você que me beija, até o ar faltar. Você que me tira o juízo ao ponto de largar tudo que eu construí, quando a vida te levou. Me faz esquecer tudo, a história, o passado, as coisas ruins. Me deixando acreditar só e unicamente no agora, que se deve viver agora, e que eu preciso, eu falei que eu preciso, não deixar passar nenhum minuto do teu lado, gastá-lo com você. Porque, embora, agora, eu não te diga, eu preciso muito de você e atravessaria o mundo, todos os dias, só pra te ver. Mas você teria que prometer não se deixar ser levado outra vez, prometer que vai tentar, que vai se esforçar. E se no final das contas tudo der em nada, se tudo, se tentar, se amar, for em vão, ainda assim vou estar satisfeita, que por você vale a pena. Você, que tomou conta da minha vida, dos pensamentos e da minha vontade de escrever.
Você, a quem eu quero tocar. Você, em quem eu quero pensar. Gostar.
Você. Sempre, você.
É e sempre será você.
"Todos os relógios estão parados. Não sei se é ontem, se hoje ou amanhã, se é sempre e nunca mais. Estou solta aqui, completamente só. Não há relógios, não há relógios e o tempo avança liberto, sem fronteiras e limitações, uma bola de arame farpado. O sentimento vai se adensando em mim, transborda dos olhos, das mãos, sai pela boca em forma de fumaça. Sinto meus lábios ressequidos, machucados, o gosto amargo. A bola cresce estendendo tentáculos, no meio dela eu me encolho cada vez mais, presa num círculo que cresce até explodir na vontade contida de gritar bem alto, bem fundo, rouca, exausta, correndo, esmagando as folhas de um outro outono, de um outro tempo, ainda este o tempo, o outono, a tarde, o mundo, a esfera, a espera em que estou pra sempre presa."

Caio Fernando