sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A gente muda a gente; a vida muda a gente

Eu sempre me encaixei no perfil 'mocinha' de filme romantico, aquela abestalhada que se apaixona a primeira vista, passa o dia inteiro repetindo uma musica; cantando com um ar nostalgico e gasta horas procurando saber coisas da vida de uma menino que talvez nem a enxerga. Eu acho que sou especialista em amores platônicos; amores não correspondidos e essas coisas todas, o que, aliás, dá uma certa ênfase a minha personalidade. Mas depois de tanto tempo vivendo nesse mundinho de 'ah! ele não gosta de mim, ele nunca vai olhar pra mim', eu tenho que admitir que eu cansei, cansei mesmo, cansei de ser sempre a "boazinha" em tudo; de esconder meus amores; de ser apaixonada por um carinha que é apaixonado por uma miga boazuda; de ser olhada, sempre, como a menininha quevai pra o colégio de saia, sem um pingo de maquiagem no rosto, que usa um rabo de cavalo, mesmo tento cabelo bonito e que só é admirada pela mãe e a avó.
Eu cansei de tudo isso.
E foi aí que eu resolvi mudar, aí eu comecei a fazer outro papel nomeu filme, o da garotinha que fica rezando baixo pelos canos por ser uma menina má. É sim, tipo a da música da Cássia Eller. Daí eu meti tinta no cabelo e meti a cara da rua. No quesito meninos, funcionou, eu acho. E aquilo foi bom pra mim vida, não por causa da melhora com meninos, mas só pra eu aprender que nenhuma mocinha consegue fazer o papel de menina má por muito tempo. E quando eu percebi isso, entre a postura loucabeçabertademais e a minha verdadeira personalidade, eu decidi voltar a ser quem eu sou de verdade, apesar do cabelo continuar pintado. Intrigante é que quando você muda alguma coisa na sua vida, acha que tudo vai voltar a ser como antes, como aquele namoro que acaba por uns dois meses e depois volta, e é aí que você percebe que jamais vai ser a mesma coisa.
E lá estava eu, confiante na minha retomada, na minha volta às músicas romanticas repetidas mil vezes seguidas, no meu verdadeiro eu, enfim. Foi quando eu vi que tinha mudado, e mudado, tipo, muito. Eu quase me tornei uma cética, descrente. Para alguém que me conhece pode até parecer engraçado, porque ainda me vê sempre tão romantica apesar dos pesares. Mas eu vejo isso muito claro, bem na minha frente. Eu mudei sim!
Hoje eu custo a acreditar nas coisas, nas pessoas e principalmente em meninos. Deixou de ser uma coisa que eu me esforçada pra não acreditar, mas com um pouquinho de esforço eu acredito. Às vezes eu penso que as coisas vão dar errado, de um jeito ou de outro, , mas também, com um pouquinho de esforço eu consigo acreditar que vai dar tudo certo. Eu sei que tenho perdido alguma coisas por me comportar assim, porque eu viro as costas antes mesmo de ganhar um sorrisão lindo de alguém que eu goste muito, por achar que talvez aquilo dê errado. Ao invés de aproveitar cada coisinha como se fosse a última vez, eu fico me preocupando em estar certa, pisando em terra firme, sempre. Pensando, o tempo todo, se a vida, a minha vida, é aquilo que tá acontecendo aqui e agora ou se eu tou só levando em consideração coisas que eu já passei. Quem acaba sentindo isso são as pessoas que não tem nada a ver em eu ter me mudado ou a vida ter me mudado, sei lá.
Acho que essa é uma das coisas que mais pesam nos meus dezesseis aninhos. Mas apesar de tudo, tudo que eu já vivi, que eu vivo e que eu sei que ainda vou viver, porque o tudo não se resume a isso, eu consigo sonhar de olhinhos fechados e eu aprendi a me permitir achar linda a lua amarela e gorda que tá fazendo hoje, amanhã ou em todas as noites estreladas. Acreditando que dessa vez vai ser diferente e que tá tudo indo muito bem.

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